Implementado no final de abril deste ano, o programa Ninguém na Rua apresentou nesta segunda-feira (27) os resultados dos atendimentos realizados com pessoas em situação de rua de Taquara. Ao todo, o projeto criado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação atendeu 117 pessoas no Município, e a maioria dos atendidos recebeu algum tipo de encaminhamento.
Através da proposta, as pessoas que estão nas ruas do Município são abrigadas no Albergue Municipal durante a noite, e ao longo do dia, são encaminhadas para a realização de oficinas ou para o seu tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). O secretário de Desenvolvimento Social e Habitação, Maurício Souza da Rosa, destaca o balanço positivo da iniciativa, embora não esperava que tanta gente estivesse nesta condição na cidade. “São pessoas comuns como eu e qualquer outro cidadão taquarense que em algum momento sofreram algum baque, tiveram uma tomada de decisão equivocada ou ainda uma grande perda, que tenha feito com que escolhessem o isolamento ou a solidão das ruas”, comenta.
Dos 117 atendidos, 34 deles retornaram para suas cidades de origem; 11 foram internados para o tratamento contra o álcool ou drogas; 16 seguem em acompanhamento pelo CAPS-AD, também voltado a pacientes em tratamento da dependência de álcool ou drogas; 11 foram encaminhados ao mercado de trabalho; dois receberam o aluguel social; cinco recebem o acompanhamento do Centro de Referência de Assistência Social (Cras); nove fazem apenas uso de pernoite no Albergue Municipal; 16 buscaram auxílio de forma espontânea e receberam os devidos encaminhamentos; e apenas 13 pessoas atendidas não têm vínculo com nenhum serviço assistencial no momento, mas seguem monitoradas pela equipe de vigilância socioassistencial do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
Futuro da iniciativa
Maurício reforça que o desafio do programa permanece o mesmo, de devolver ao indivíduo o sentimento de independência e ressocialização, para abandonar vícios e se reconectar com as responsabilidades e o mercado de trabalho. “Esse projeto piloto nos trouxe diversos ensinamentos, especialmente no quão importante é fazer com que o desenvolvimento social, a saúde e a educação trabalhem em conjunto”, frisa.
Para o secretário, um dos próximos passos é transformar o Ninguém na Rua em um Projeto de Lei, para que a proposta se transforme em política pública permanente. “Num mundo ideal, a problemática da situação de rua sequer deveria existir. Porém, no mundo real, ela existe. É nosso dever enquanto gestores públicos criar mecanismos e projetos que possibilitem que ao ocorrer, ela seja uma situação transitória e passageira o mais rápido possível”, finaliza.